quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Para quem, nos felinos, aprecia, a beleza, o carisma, o fino trato, um simples gato pode ser poesia.."Bartolomeu Correia de Melo"


      Afinal o que sou? Se não sei o que sinto. Quantas vezes já amei? Ou então fantasiei Amores são infinitos. Sou GATA DE RUA... Sem amo sem dono Sem gato e sem cama. Sem laço de fita Que faça sentir Aflição no pescoço. Sou GATA DE RUA... Só sei amar a Lua. Sei enlear-me no macho, Ser apertada no abraço Comer, beber e sumir. Sou GATA DE RUA... Sem dono e sem laço.                                        Yedda Gaspar Borges

Nos olhos de meu gato
Há imagens que esperam...Há sonhos que não desvendo,
Amores que não entendo,
Encantos tantos,
Quantos!
Nos olhos de meu gato
Tem mistério que não tem fim,
Tem solidão,
Agonia, poesia,
Tristeza enfim...
Nos olhos de meu gato
O sonho se separa,
A fantasia grita,
A vida se agita,
O mundo pára...
Nos olhos de meu gato
Eu vi...
Só eu vi...
Nos olhos de meu gato...
                                           Cida Sousa
O Gato, em si, o gato é
no espaço em que se vê
o gato que habita o gato
emoldurado pelos olhos
que decifram a forma gato
no gato objeto do poema;
o gato humano no beiral
da cama onde o gato é.Ser gato é forma definida
ao gato, então perplexo, que, reflexos
de outros gatos, demonstra gatos
ao entendimento curioso
do gato ser.
Somos gatos ao gato é
assim como o gato não sabe
que é gato e por não ser gato
ao espaço dos meus olhos
que os vê no gato do poema
é concepção de forma
sem estrutura humana
ao beiral da cama
onde o gato é.
                                            Flávio Rubens

Gato ao crepúsculo Poeminha de louvor ao pior inimigo do cão
Gato manso, branco,
Vadia pela casa,

Sensual, silencioso, sem função.

Gato raro, amarelado,
Feroz se o irritam,

Suficiente na caça à alimentação.

Gato preto, pressago,
Surgindo inesperado

Das esquinas da superstição.

Cai o sol sobre o mar.
E nas sombras de mais uma noite,
Enquanto no céu os aviões

Acendem experimentalmente suas luzes verde-vermelho-verde,

Terminam as diferenças raciais.

Da janela da tarde olho os banhistas tardos
Enquanto, junto ao muro do quintal,

Os gatos todos vão ficando pardos.

Millôr Fernandes


(felinos na noite)
pelos móveis  pelo chão

ronronando

felina satisfação

contaminando

o ambiente com carinho

pêlos e sofisticação
de raça ou de rua
seres da madrugada

sinistros ou fofinhos

longilíneos ou pequeninos

gatos

passeando

pela casa

madrugando

em meu colo.

Li Christiane



Gente complicada é um saco de gatos!
Mas o maior saco é ser gato!

Principalmente sem raça.

Dizem que gato dá azar,

mas o grande azar é ser gato!

 De dia a "gente" se esconde
da paulada, da pedrada, do atropelamento,

do "pega pra capá",

do balde d'água, da vassoura

e até de um outro gato

que corre pro nosso lado

fugindo das mesmas coisas!

À noite , como diz o provérbio,

"Todos os gatos são pardos".

Então, a "gente" se arrisca

e põe a cara pra fora:

às vezes viramos presunto

quando não viramos churrasco!

De fato nós temos um jeito

até muito humano de ser.

E que culpa temos disso?

Malícia, desconfiança,

muita personalidade,

atração pelo conforto,

preguiça, instabilidade de humor,

muito afeto reprimido pelo medo

e muita vontade de sermos amados.

Se eu fosse gente,

eu adotaria um gato.

E como gato,

eu adoraria "adotar" alguém!

Mas, infelizmente,

muitos pensam

que gato é um saco.

MAS SACO MESMO É SER GATO !!

Silvia Schmidt



O lamento do gato no telhado liberta o tenebroso.
É o tempo das bruxas, de gatos e mau agouro.

O sofrimento do gato é carregado de paixão e dor.

Por que tanto chora o gato ?

Logo ele, que possui sete vidas

para tentar a felicidade.

O gato lamenta e sofre,

 o cão late
e os ratos roem as portas das casas.

Custo a compreender o drama do gato,

mas sofro com ele a agonia dos desesperados.

Me uno a seu lado sombrio

e, à sua semelhança,

solto gritos de lamento

na janela do apartamento.

O gato não demora e morre envenenado.

O cão pára de latir

e os ratos fazem a festa

nas prateleiras dos supermercados.

Eu, tal qual o gato, continuo gritando pela vida

um grito suicida,

apaixonado, apaixonado, apaixonado.

Ricardo França

2 comentários:

  1. Ai que triste :( lembrei da minha gatinha que desapareceu :(

    ResponderEliminar
  2. Eu tinha uma panterinha, infelizmente sumiu!=(
    Amo gatos pretos e não sei até quando as pessoas pretendem ficar com precnceitos!;-(
    Bjinhaaus
    Wayne

    ResponderEliminar