quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PARA QUE OS ANIMAIS VIVAM EM PAZ E COM DIGNIDADE O HOMEM TÊM DE DEIXAR DE SER BURRO!!


Burros - Origem da raça

Em Portugal os asininos apesar da elevada importância que sempre assumiram nas actividades rurais, foram ao longo dos séculos votados ao abandono em termos de medidas de protecção ou melhoramento sendo sempre considerados como o parente pobre dos equídeos.
Por variadas razões verifica-se actualmente no território nacional, uma quase total ausência de estudos e referências bibliográficas sobre o burro, sendo manifestamente impossível reconstituir o percurso que terá levado ao surgimento das variedades existentes no território nacional, nomeadamente do burro de Miranda.
Há a salientar um estudo promovido pelo Parque Natural do Douro Internacional, no ano de 1999, sobre os asininos na faixa fronteiriça que corresponde a esta Área Protegida. Os dados obtidos neste estudo permitiram individualizar em termos biométricos e com significância estatística, um grupo de animais existentes fundamentalmente nas freguesias do concelho de Miranda do Douro e parte de Mogadouro (Planalto Mirandês), que constituía cerca de 25% da amostra de animais estudados. Estes animais apresentaram um conjunto uniforme de características que se assemelham ao padrão da raça Zamorana-Leonesa, proveniente do tronco europeu, de acordo com a teoria sobre a filogenia dos asininos domésticos, acima referida.


As conclusões desse estudo apontaram para a existência de parâmetros zootécnicos e do próprio interesse estratégico e da população humana local, que justificavam o início do processo de criação de uma raça autóctone local. Estas conclusões foram corroboradas por vários indicadores tais como, a existência, desde há décadas, de um grupo de animais com características próprias e distintas de outras raças, que terão surgido na Região Nordeste de Portugal. Este grupo de animais sobreviveu até aos dias de hoje graças à "interioridade" e pela aplicação de processos de selecção, que pela falta de directivas e apoios institucionais, decorreu sob a orientação das carências e necessidades da população rural residente nesta região.

Descrição da raça

Animal bem conformado, com manifesta acromegalia, corpulento e rústico.
Altura média, medida com hipómetro ao garrote, nos animais adultos: >1,20 m. (a altura recomendável é 1,35 m.).
Pelagem castanha escura, com gradações mais claras nos costados e face inferior do tronco; branca no focinho e contorno dos olhos; hirsutismo acentuado com pêlo abundante, comprido e grosso, aumentando em extensão e abundância nos costados, face, entre-ganachas, bordos das orelhas e extremidades dos membros; crinas abundantes; ausência de sinais.temperamento dócil.
Cabeça volumosa e ganachuda de perfil recto; fronte larga e levemente côncava na linha mediana, coberta de abundante pêlo (chegando a formar-se sobre a fronte uma espécie de "franja"); arcadas orbitárias muito salientes; face curta de chanfro largo; canal entre-ganachas largo; lábios grossos e fortes; orelhas grandes e largas na base, revestidas no seu bordo interior de abundante pilosidade, arredondadas na ponta (formando uma espécie de borla) e dirigidas para a frente; olhos pequenos, dando ao animal uma fisionomia sombria.





Pescoço curto e grosso. Garrote baixo e pouco destacado. Dorso tendendo para a horizontalidade, curto e bem musculado. Peitoral amplo com quilha saliente. Tórax profundo. Costado encurvado. Garupa em ogiva mais elevada que o garrote, pouco destacada. Espáduas curtas e bem desenvolvidas, com ligeira inclinação. Ventre volumoso.
Membros grossos de articulações volumosas, providos de pêlo abundante cobrindo os cascos, machinhos bem desenvolvidos;

membros posteriores com tendência a serem estendidos e um pouco

 canejos; cascos amplos.
Andamentos de grande amplitude mas lentos, pouco ágeis.

 

 
Causas do declínio do numero burros

A situação da Raça Asinina de Miranda não é excepção; o numero de burros têm reduzido  na generalidade do continente europeu. A mecanização dos trabalhos agrícolas, o abandono do mundo rural e da agricultura de subsistência levou ao desaparecimento de importantes valores culturais e tradicionais.
Na região de Trás-os-Montes há a acrescentar a forte emigração para diversos países, e.g. França, da população em idade activa, que se fez sentir nos anos 60. Este facto conduziu ao envelhecimento da população, hoje com uma média de idades bastante avançada, por isso demasiado idosa para fazer a lavoura e para cuidar de um burro.

Há ainda a salientar factores como a idade avançada das burras, que provoca uma diminuição da sua taxa de fertilidade; a fraca disponibilidade de machos inteiros, actualmente em número muito reduzido, devido a serem menos dóceis e próprios para o trabalho que os machos castrados; dificuldades no transporte de e para os locais/postos de cobrição; e por fim, a miscigenação de diferentes variedades de burros, perdendo-se as características que são específicas, no caso do burro de Miranda, da Raça Asinina de Miranda.
São todos estes factores no seu conjunto, que contribuíram e contribuem para o declínio actual do número de indivíduos da Raça Asinina de Miranda.


http://www.burricadas.org/
VISITEM O ABRIGO DO JUMENTO...É UM LOCAL DE PAZ E ENVELHECIMENTO COM DIGNIDADE PARA OS QUERIDOS E AMIGOS BURRITOS!!

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