sexta-feira, 6 de maio de 2011

Os animais são fonte de aprendizado para as crianças e despertam nelas a responsabilidade, a sensibilidade e o respeito!!


Aprender a conviver com sentimentos faz parte da vida do ser humano, e as crianças desde cedo podem ser estimuladas a olhar o outro de uma forma diferente. Muitos não percebem, mas está dentro de casa a solução para alguns conflitos dos pequenos: o animal de estimação.
É com o cão, o gato, o passarinho, o hamster ou aquele mascote inusitado que as crianças podem compreender o ciclo da vida: a gestação, o nascimento, os primeiros passos, a doença e também a morte. Com um tempo de sobrevivência menor do que o do ser humano, os animais são fonte de aprendizado para as crianças e despertam nelas a responsabilidade, a sensibilidade e o respeito. Os Pediatras,  observam que, dessa relação, podem brotar sentimentos como a frustração, a alegria e também a autonomia.
 Ao lidar com os animais, a criança projeta os cuidados que os pais têm com ela. Ela vai trazer isso para o "teatro interno" dela, para a organização do psiquismo. É o que elas fazem com as bonecas e com os brinquedos, só que o animal vai reagir, e esse contato traz novas experiências — explica o médico.
Essa relação vai permitir uma compreensão melhor do mundo. Veterinária e doutora em Psicologia, Ceres Berger Faraco observa que, com os animais, a criança consegue exercer um papel diferente. Ela se torna cuidadora, responsável. Vai expressar talentos que muitas vezes na família não é possível porque, nesse caso, é ela quem precisa de cuidado.

Para a auto estima delas isso é muito importante, elas se sentem importantes. Se tu pedes para uma criança pequena trazer um potinho de água para o animal, ela vai fazer isso com uma seriedade, como se fosse uma joia rara — exemplifica a veterinária.Fazer com que as crianças compreendam o lugar e o papel de cada animal no mundo é a proposta da Escola Municipal Vila Aparecida, de Portão, no Vale do Sinos. De tempos em tempos, a direção e as professoras organizam um dia especial. Este ano, quem chegou na escola para a aula de Educação Ambiental foi mais que o cachorrinho e o gatinho: uma galinha, uma ovelha, um coelho e minhocas foram apresentados às crianças.

A receptividade delas foi tão grande que, depois do susto, abraços eram oferecidos à galinha. Beijos ao cachorrinho. Carinho à ovelha. Para demonstrar hospitalidade, elas chegavam a pular como o coelho, na tentativa de fazê-lo se sentir mais à vontade.
Ela tem nome? Faz xixi? O que é que ela come? — indagavam sem parar as crianças da pré-escola. Era a primeira vez que elas viam uma ovelha frente a frente.A intimidade e o elo que se forma entre uma criança e o animal de estimação, às vezes, faz milagres. Reduzir ansiedade, trabalhar a autoconfiança, senso de responsabilidade, de afetividade. A veterinária Ceres destaca que os animais em casa ajudam os pequenos a desenvolver habilidades sociais. Implicam no reconhecimento do sentimento do outro. Os animais têm uma resposta clara para isso.
Se eu sou hostil ou ameaçador, ele foge. Se eu sou delicado e carinhoso, ele se aproxima. O animal não disfarça, o que faz com que a criança tenha uma noção mais clara das consequências de seus atos. Desenvolve a empatia de entender o que o outro sente. Violência, agressão egoísmo nascem dessa incapacidade de reconhecer que o que eu faço é ruim para a outra pessoa — destaca a veterinária.Mais bichinhos, menos ansiedade
Pesquisas comprovam que o elo que se forma entre crianças e animais ajuda a reduzir a ansiedade. De acordo com alguns estudos, crianças que estão passando por momentos difíceis na família, como o divórcio dos pais, enfrentam o problema de uma forma menos traumatizante quando têm um mascote em casa.
Em contato com a vida animal, ela começa a perceber diferenças. Desenvolve a sociabilidade e o lado emocional.
Isso mexe com o imaginário dela porque começa a entrar em contato com a diversidade, com as diferenças. Ela vai aprender com quem pode se relacionar. Com o cachorro, sim, com a galinha, não. Ela vai entrando dentro desse ciclo mágico da vida — observa o pediatra Sérgio Crestana.
O pediatra explica que há mitos sobre a relação das crianças com os animais que devem ser derrubados. O exemplo clássico é o da criança asmática, que não estaria apta para brincar com gatos.

Isso é uma bobagem. Estudos mostram que crianças quando entram em contato com pelos desenvolvem resistências que vão inclusive protege-las de alergias no futuro. Algumas acabam desenvolvendo alergias porque não tiveram esse contato precoce — polemiza o médico.
O alerta do especialista, no entanto, é claro: é necessário dosar responsabilidades. Uma criança não está pronta para assumir uma obrigação de cuidar de um animal, ela precisa de ajuda. A relação deve ser de prazer, não de compromisso. A veterinária Ceres Faraco acrescenta que, para ter o animal, os pequenos costumam elencar promessas, mas esse cuidado deve ser dos pais.
— Animal não é presente de Dia da Criança ou de Natal e não deve ser escolhido por impulso. O ideal é ter um planejamento para que toda a família esteja realmente consciente dessa responsabilidade, senão a experiência pode se transformar em um desastre — adianta a especialista.
Crianças pequenas não podem assumir tamanha responsabilidade. A partir dos 10 anos, elas já estão mais aptas a cuidar de um animal. Antes disso, a tarefa deve ser dos pais.
Mais habilidades

Quando há cães e crianças a partilhar a mesma casa, os pais empenham-se em tentar manter a boa convivência entre eles. A criança aprende que tipo de brincadeiras são aceites e como pode lidar com o cão. Mas muitas crianças crescem a pensar que essa é a forma correcta de estar com todos os cães, o que pode trazer dissabores com animais desconhecidos.
Para uma convivência segura, paralelamente a ensinar a criança a como se comportar com o cão de casa, os pais devem também tentar transmitir a ideia de que nem todos os animais são iguais. A criança deve ser ensinada a ter cuidado com cães estranho

A criança só se deve aproximar de cães que não conhece sob a supervisão de um adulto

Se o animal estiver do outro lado de uma vedação, a criança não deve ser autorizada a tentar tocar no animal, nem sequer colocar as mãos na vedação;

Só deve aproximar-se de um cão se este estiver com trela;Antes de se aproximar de qualquer cão, a criança deve pedir autorização ao dono do animal
  • A criança não deve dirigir-se a um animal a correr ou aos saltos;
  • Ao aproximar-se e ao brincar, a criança deve manter a cara afastada do focinho do animal;
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  • Se ao brincar, o cão começar a correr atrás dela, a criança deve parar;
  • Se o animal for amigável, a criança deve fazer festas de preferência no dorso e evitar a zona do focinho;
Ao fazer festas, a criança não deve recuar a mão – avançar e retirar a mão é visto como uma brincadeira para o cão que pode saltar ou ir atrás da mão para brincar;
  • O cão nunca deve ser abraçado, apertado ou puxado;
  • A criança não deve gritar nem fazer movimentos bruscos;
  • Nunca deve olhar directamente o cão nos olhos.




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