quarta-feira, 19 de outubro de 2011

AS DESCULPAS QUE SE DÃO QUANDO NÃO SE AMA NEM RESPEITA OS ANIMAIS OU ABANDONAM OU ABATEM-NOS SEM MOTIVOS CLÍNICOS!!

Há cada vez mais pedidos de abate de cães e gatos sem justificação clínica

Por: Sandra Moutinho, jornalista da agência Lusa
Há cada vez mais donos a pedirem a veterinários para abaterem os seus cães e gatos sem justificação clínica, o que revolta estes profissionais e as zoófilas, para quem, em tempo de crise, é que os amigos (dos animais) se conhecem.
"Sabemos de muitas pessoas que nunca deveriam ter tido um animal e que, à menor dificuldade, se querem livrar dele, nem que seja através da eutanásia, o que é revoltante", disse à agência Lusa a presidente da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal (LPDA), a propósito do Dia Mundial do Animal, que se assinala amanhã.
"Os pedidos de eutanásia de que vamos tendo conhecimento são cada vez mais. É revoltante e, principalmente, preocupante", disse.
Para Maria do Céu Machado, "não há nada que justifique a morte de um animal sem motivos clínicos" e é isso mesmo que os voluntários tentam transmitir aos donos.
Igual papel desempenham os veterinários, que se vêem a braços com estes "pedidos incompreensíveis". Ana Marques, médica veterinária e directora da Clínica VetBelas, em Belas, disse à Lusa que desde o verão que tem recebido várias solicitações neste sentido, as quais recusa "veementemente".
"O meu papel é salvar vidas e não acabar com elas. Quando me propõem tal coisa, tento explicar - e ajudar - que há solução clínica para o caso do animal ou, se o dono não quer ficar com ele, que pode optar por dá-lo para adoção", referiu.
"Chegam-me os casos mais bizarros. Querem, mesmo por telefone, a garantia de que eu abato o animal, até sem o observar clinicamente. Quando me recuso, não hesitam em dizer que o vão fazer em outro lado", contou.
Para Ana Marques, não é a crise que justifica um acto destes - eticamente reprovável para estes profissionais -, pois "há muitos donos que mal têm dinheiro para comer e, no entanto, são cumpridores e prestam assistência ao seu animal, mesmo que isso represente ficarem sem uma refeição ou um medicamento".
A veterinária conhece bem este tipo de donos que "se quer livrar do animal a qualquer custo": "Eles traem o que sentem e o que são, além de, normalmente, trazerem um animal que já revela sinais de negligência".
Gonçalo da Graça Pereira, médico veterinário e mestre em etologia clínica e bem-estar animal, disse à Lusa que não tem recebido muitos pedidos de eutanásia, mas sente cada vez mais o impacto da crise na bolsa dos donos.
"Trabalho numa associação zoófila que, por praticar preços mais baixos, tem cada vez mais procura. São donos que querem muito ajudar o seu animal", disse.
Este médico veterinário já se recusou a fazer eutanásia, por considerar que essa era apenas uma hipótese e não a última alternativa para o animal em questão.

À Ordem dos Médicos Veterinários não tem chegado informação do aumento de pedidos de eutanásia, como disse à Lusa a bastonária Laurentina Pedrosa. "Do que sabemos, a eutanásia está a acontecer nas situações previstas de método clínico quando não existe outra solução clínica para a saúde do animal", observou.
A bastonária deixa, contudo, um alerta: "A eutanásia deve ser praticada em situações extremas e só quando não houver alternativa clínica".
Laurentina Pedrosa recorda que o papel do veterinário não é apenas clínico, mas deve ajudar a encaminhar o animal para outra solução, sempre que se aperceba de que os donos não estão em condições de lhe assegurar bem-estar.
Todos os anos é comemorado no dia 4 de Outubro o Dia Mundial do Animal, com o objectivo de chamar a atenção para as espécies em extinção, os maus tratos e exploração dos animais, assim como a importância dos animais para a sociedade.
A CRISE É DESCULPA PARA OS VALORES HUMANOS QUE SE PERDERAM:o((( CADA VEZ MAIS TEMOS DE OS INVERTER RAPIDAMENTE!! ´É IMPENSÁVEL QUE SE DESFAÇAM DOS ANIMAIS...COMO SE FOSSEM TRAPOS!
Quando você abandona um cão porque já “não lhe serve”, seus filhos aprendem a lição.
Talvez façam o mesmo quando você envelhecer.
Pense nisso.

ANTES DE ADOTAR UM ANIMAL PENSE SE O PODE OU QUER TER

Cada pessoa deve colocar em cima da mesa, com a sua família, todos os cenários possíveis. Por exemplo as questões financeiras, uma vez que estamos em época de crise. Cães e gatos necessitam de alimentação diária, cuidados veterinários básicos como a vacinação e desparasitação, já não contando problemas de saúde ou acidentes, cujos tratamentos são por norma dispendiosos. É importante avaliar a estabilidade financeira e o impacto no orçamento que um animal pode ter.

Ter um animal não é um direito, mas sim um luxo, que exige disponibilidade financeira, tempo livre, trabalho, preocupações e muita, muita responsabilidade. É um ser vivo que tem direitos constituídos, que tem sentimentos, que se afeiçoa aos seus donos, mas são também seres irracionais, que não compreendem o porquê de serem felizes durante alguns meses e depois serem colocados na rua, sem condições, sozinhos e praticamente condenados. Ninguém deve comprar ou adoptar um animal, caso não tenha condições para ficar com ele e dar-lhe os cuidados básicos, até ao fim da sua longevidade natural. E se pretendes ajudar os animais abandonados mas não tens condições para ficar com eles definitivamente, torna-te voluntário numa associação ou oferece-te como FAT (Família de Acolhimento Temporário).
AS DESCULPAS QUE SE DÃO QUANDO NÃO SE AMA NEM RESPEITA OS ANIMAIS  OU ABANDONAM OU ABATEM-NOS SEM MOTIVOS CLÍNICOS!!

No princípio eram as alergias, pelo meio ficaram as regras do condomínio, agora é por causa do desemprego. Veja como evoluíram as causas para o abandono de animais, uma realidade triste mas que continua a acontecer demasiadas vezes.

As desculpas antigas
- Deixo-o por causa das alergias, foi o médico que disse;
- Cresceu, já não o consigo dominar;
- O dono morreu (geralmente o dono é um familiar: a mãe, o pai, o irmão, a tia, o filho);
- Divorciei-me e não tenho onde o deixar.
Os motivos recentes
- Vivo agora num condomínio fechado e não é permitido animais;
- Ganhei uma casa da câmara e eles dizem que é proibido ter animais (a lei permite ter até três canídeos ou até quatro gatos).
As novas justificações
- Perdi o emprego, não tenho condições para o criar;
- Arranjei um trabalho no estrangeiro;
- Estou sem dinheiro para o sustentar;
- Larguei a casa e vivo agora num quarto.

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