sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cão do Filme Ensaio sobre a Cegueira baseado no livro de José Saramago


Cão do Filme Ensaio sobre a Cegueira
Os Pet Lovers que já assistiram ao filme Ensaio Sobre a Cegueira, com a actriz Juliane Moore e dirigido por Fernando Meirelles, certamente repararam no lindo cachorro que beija o rosto da protagonista.

Mas o que nem todo mundo sabe é que, para a gravação, foram utilizados dois cães da raça Airdale Terrier. Gyn e Barney tiveram um tratamento digno de estrelas de Hollywood. Ficaram hospedados no mesmo hotel dos atores e puderam desfrutar de todas as mordomias oferecidas pelo local.
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"O Nobel confessou o fascínio que tem pelo personagem do cão que lambe as lágrimas de uma mulher, mas admitiu que teria gostado que o animal escolhido para o filme fosse maior. "Podiam esquecer tudo, mas gostava de entrar na história como o criador do cão das lágrimas. Confesso que aquele não é exactamente o que imaginei. E numa situação daquelas, de uma cidade reduzida ao caos, o cão não podia ser um cachorrinho", disse."

ESTA CENA FICOU MARCADA, PORQUE O CÃO VÊ A MULHER A CHORAR E MOSTRA COMPAIXÃO, LAMBENDO AS SUAS LÁGRIMAS!

http://www.ensaiosobreacegueirafilme.com.br/

O vencedor do Prêmio Nobel de literatura, José Saramago, e o aclamado diretor Fernando Meirelles (O Jardineiro Fiel, Cidade de Deus) nos trazem a comovente história sobre a humanidade em meio à epidemia de uma misteriosa cegueira. É uma investigação corajosa da natureza, tanto a boa como a má - sentimentos humanos como egoísmo, oportunismo e indiferença, mas também a capacidade de nos compadecermos, de amarmos e de perseverarmos.
O filme começa num ritmo acelerado, com um homem que perde a visão de um instante para o outro enquanto dirige de casa para o trabalho e que mergulha em uma espécie de névoa leitosa assustadora. Uma a uma, cada pessoa com quem ele encontra - sua esposa, seu médico, até mesmo o aparentemente bom samaritano que lhe oferece carona para casa terá o mesmo destino. À medida que a doença se espalha, o pânico e a paranóia contagiam a cidade. As novas vítimas da "cegueira branca" são cercadas e colocadas em quarentena num hospício caindo aos pedaços, onde qualquer semelhança com a vida cotidiana começa a desaparecer.
Dentro do hospital isolado, no entanto, há uma testemunha ocular secreta: uma mulher (JULIANNE MOORE, quatro vezes indicada ao Oscar) que não foi contagiada, mas finge estar cega para ficar ao lado de seu amado marido (MARK RUFFALO). Armada com uma coragem cada vez maior, ela será a líder de uma improvisada família de sete pessoas que sai em uma jornada, atravessando o horror e o amor, a depravação e a incerteza, com o objetivo de fugir do hospital e seguir pela cidade devastada, onde eles buscam uma esperança.
A jornada da família lança luz tanto sobre a perigosa fragilidade da sociedade como também no exasperador espírito de humanidade. .
O LIVRO DE JOSÉ SARAMAGO
Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago, é um livro que nos faz enxergar e, muito mais do que isso, nos faz temer a própria humanidade frente a uma situação de caos. A partir de uma súbita e inexplicável epidemia de cegueira, Saramago nos guia para a desorganização e a superação dos valores mais básicos da sociedade, transformando seus personagens em animais egoístas na sua luta pela sobrevivência.
A LITERATURA FICOU MAIS POBRE, MAS SARAMAGO DEIXOU UMA RICA OBRA
O livro já começa duro e assustador. No segundo parágrafo deparamo-nos com o grito de um personagem: "Estou cego". E a maneira como Saramago escreve, com poucos pontos, muitas vírgulas e discurso corrente, faz com que os acontecimentos passem pela mente do leitor com uma velocidade incrível: vão-se cegando vários personagens sem que possamos dar uma pausa para respirar. E quando finalmente resolvemos parar, percebemos que o autor não deu nome à cidade, não datou os acontecimentos e manteve seus personagens anônimos, conhecidos apenas como "a mulher do médico", "o homem da venda preta", "a rapariga dos óculos escuros" ou "o cão das lágrimas". Deixando este relato tão aberto à imaginação do leitor, é impossível não temermos uma verdadeira epidemia, imaginarmos como agiriam as autoridades em uma situação como essa, como o medo faria vir à tona os instintos mais escondidos dos homens.

No entanto, entre tantos cegos presos em um manicômio por ordem governamental, existe uma mulher que ainda consegue enxergar. É a esposa do médico, que faz lembrar outra personagem de Saramago: Blimunda, de Memorial do Convento. Blimunda tinha a capacidade de enxergar o interior das pessoas, mas nem por isso sentia-se afortunada, pois algumas vezes tinha que ver aquilo que não queria. Da mesma maneira, a mulher do médico é a única que pode ver as belas e horrorosas imagens descritas pelo autor, seja o lindo banho de chuva das mulheres na varanda ou os cachorros que devoram o cadáver de um homem na rua. Ela não sabe se é abençoada ou amaldiçoada por poder enxergar em uma terra de cegos.

Da mesma forma, o velho da venda preta (apesar de antes da cegueira enxergar apenas com um dos olhos) relata o que acontece do lado de fora do manicômio, através das notícias do rádio e do que via quando ainda estava do lado de fora. É ele que abre os olhos do leitor para a realidade do mundo, o caos que pode-se instalar a qualquer momento, as atitudes impensadas de quem está no poder tentando isolar o problema ao invés de estudá-lo. Regras são quebradas, pois ninguém mais vê quem está agindo errado; os mais fortes abusam do poder; e o instinto de sobrevivência vai tomando conta dos homens.

Ao final de Ensaio sobre a Cegueira, o leitor está encantado com a literatura de Saramago e assustado com a dúvida que o autor nos coloca indiretamente: É assim que os homens verdadeiramente são? É preciso cegarem-se todos para que enxerguemos a essência de cada um?

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