terça-feira, 11 de janeiro de 2011

GRAVIDEZ PSICOLOGICA NAS CADELAS

COMO LIDAR COM A GRAVIDEZ PSICOLÓGICA!


A cadela começou a raspar cantinhos da casa, simulando cavar? Protege uma área ou objecto? Fica ansiosa e choraminga? Atitudes como essas, aliadas a uma eventual falta de apetite, podem indicar gravidez psicológica caso não tenha ocorrido acasalamento. Alexandre Rossi explica o que se pode fazer quando a gravidez é psicológica
A gravidez psicológica, ou pdeudociese, ocorre em mais de 50% das cadelas não castradas. Além das mudanças comportamentais, ela causa alterações físicas, como o desenvolvimento das glândulas mamárias e a produção de leite, chegando a surpreender muitos proprietários. Como isso foi acontecer se a fêmea nem esteve com um macho?

Como surge?

 
Do ponto de vista fisiológico, a gravidez psicológica é um engano do organismo. É gerada por alterações hormonais, capazes por si só de influenciar o comportamento e o desenvolvimento de tecidos mamarios. Portanto, para que a “gravidez” ocorra, não é preciso haver filhotes no útero.

A confusão parece acontecer quando diminui bruscamente o hormonio progesterona, presente durante o cio e por mais dois meses. Quando a cadela está para dar a luz, cai o nível de progesterona, o que estimula a produção do hormônio prolactina. A prolactina, por sua vez, age no tecido mamário, podendo ativar a produção de leite e também causar o comportamento maternal. É comum as cadelas desenvolverem gravidez psicológica após a castração, se realizada até três meses depois do início do cio. Com a retirada dos ovários, que produzem a progesterona, há a interrupção da produção desse hormonio e a liberação da prolactina pela hipófise, localizada no cérebro.

Por que é comum?

 
À primeira vista, fica difícil imaginar como a gravidez psicológica se tornou comum na espécie canina. Mas, se pensarmos numa alcateia (grupo de lobos), a coisa fica mais fácil. Nela, só os indivíduos dominantes costumam se reproduzir. E eles, tanto os machos como as fêmeas, são também os melhores e mais corajosos caçadores.

As lobas não dominantes que desenvolviam gravidez psicológica podiam cuidar, com perfeição, dos filhotes das fêmeas dominantes, já que apresentavam os comportamentos necessários para tal, e até amamentavam. Graças a essa ajuda, as fêmeas dominantes podiam caçar e conseguir alimento para o grupo. Com isso, as fêmeas que cuidavam dos filhotes se aproximavam afectivamente da líder e desenvolviam um bom relacionamento com a próxima geração. E ser influente numa alcateia é importante para a sobrevivência e para a escalada hierárquica.




O que fazer?

Quando ocorre a gravidez psicológica, há quem deseje interrompe-la para a cadela voltar logo ao normal. Medicamentos que inibem a prolactina fazem cessar rapidamente a produção do leite e o comportamento maternal.
Sem medicação, a gravidez psicológica costuma terminar em duas semanas. Alguns proprietários preferem aproveitar essa fase para admirar o comportamento materno das suas cadelas. Apreciam vê-las adoptar e proteger os filhotes imaginários, na forma de bichos de pelúcia, de bolinhas e até de controle remoto de TV! Uma das atitudes destinadas à protecção dos filhotes é cavar – serve para lhes preparar uma toca.


Devemos retirar os filhotes imaginários?


Algumas pessoas, para impedir que a cadela adote objectos, têm atitudes como tirá-la do cantinho que escolheu e esconder seus brinquedos. Tais procedimentos podem aumentar a ansiedade da cadela e estimular comportamentos compulsivos. Deixa-la a vontade é a maneira mais respeitosa de lidar com a situação.


 
Evitar agressividade

A cadela pode ficar com ciúme dos filhotes imaginários e se tornar agressiva para protege-los. Mostre que você não irá rouba-los. Para isso, ao se aproximar dela, ofereça um petisco ou brinquedo. A maioria das fêmeas deseja a aproximação de alguém que, além de não ser ameaça, traga coisas gostosas.

 
Complicações com as mamas

O aumento das mamas é normal durante a gravidez psicológica e o leite produzido acaba sendo reabsorvido pelo corpo da fêmea. Mas às vezes ocorre a mastife – inflamação nas glândulas mamárias. Por isso, se surgirem carocinhos, dores ou pele avermelhada, não deixe de consultar um médico-veterinário. A produção de leite pode aumentar ou durar mais tempo se as mamas forem estimuladas. É melhor, portanto, evitar manusea-las. E se a cadela praticar auto-sucção das mamas, pode ser recomendado impedi-la com um colar elisabetano (posto em volta do pescoço torna impossível o contacto da boca com o próprio corpo).



 Ciclo  (cio) nas cadelas

O início dos cios nas cadelas sadias ocorre geralmente entre 6 e 18 meses de idade. O intervalo entre os cios pode variar de 4 a 12 meses de duração, com média de 7 meses e este intervalo pode ser regular ou variar individualmente nas cadelas.
A duração do cio pode variar de 15‐21 dias.
O ciclo  canino é o ciclo reprodutivo da cadela totalmente influenciado pelos hormônios produzidos pelos ovários e consiste em quatro fases:
1. Anestro: Período em que a cadela está normal. Sua duração é extremamente variável;

2. Proestro: Período em que a cadela atrai sexualmente os machos, a vulva fica dilatada (aumentada de tamanho), pode ocorre também um aumento das glândulas mamárias, mas ela se recusa a cruzar e não aceita o macho. Um corrimento vaginal sanguinolento, de origem uterina, sinaliza que a fêmea está iniciando o proestro e esse pode cessar mesmo antes de começar o estro. Pode durar de 3‐17 dias;

3. Estro: Período de cruzamento, onde ocorre a ovulação e é quando a fêmea aceita o macho. Pode ocorrer um corrimento claro ou cor de palha que pode persistir durante toda a fase. Pode durar de 3 ‐21 dias;

OBS.: Tendo em vista a importância do domínio territorial e social para a reprodução canina, o procedimento comum é levar a cadela ao macho para a cobertura.

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