quarta-feira, 5 de maio de 2010

QUANDO OS DONOS ABUSAM DA BONDADE E PACIÊNCIA DO SEU CÃO!!....ELES MORDEM..É A SUA MANIFESTAÇÃO DE DESAGRADO!!

PORQUE MORDEM OS CÃES NAS PESSOAS??....... MUITO ESCLARECEDOR!!
Quanto mais te mordo, mais eu gosto de ti!
A agressão é o problema que os cães mais frequentemente apresentam nas consultas de comportamento animal. No entanto, numa primeira abordagem não é a agressividade por dominância que surge como seu exemplo na mente das pessoas.

A maior parte dos cães é submisso em relação às pessoas de uma forma inata e este comportamento é reforçado pelas diferentes formas de treino, mas alguns cães desafiam este papel de liderança do homem e não aceitam o facto de não serem eles os dominantes. No entanto, nem todos os cães dominantes são agressivos e a palavra dominante não deve ser utilizada para descrever um cão simplesmente confiante e “pedinchão” e que se quer afirmar.

A agressividade por dominância define-se como uma agressão anormal dirigida para as pessoas com as quais o animal se relaciona directamente, ou seja, a família onde está inserido ou as pessoas com quem partilha momentos do seu dia-a-dia. Habitualmente, nem todos os membros da família são vitimados da mesma forma pelos cães dominantes: ou a agressão é dirigida contra o membro mais permissivo, porque o cão sabe que este não vai reagir contra ele, ou a agressão é dirigida para o membro mais firme, porque o cão prefere desafiar quem lhe disputa a liderança e acha que não vale a pena ser agressivo para os outros que já lhe são “subordinados”. Alguns cães reagem agressivamente em relação às crianças porque estas se encontram ao mesmo nível ocular que os cães e o seu olhar directo é considerado como uma ameaça. Visitantes que já adquiriram um “estatuto familiar” na mente do cão também podem ser os alvos, e o exemplo típico é o cão que solicita festas, aceita-as e depois morde a mão dessa pessoa quando ela a retira.

De uma maneira geral, a agressividade por dominância desenvolve-se na maturidade sexual (dos 18 aos 24 meses de idade), com os machos inteiros a apresentarem mais frequentemente este comportamento do que as fêmeas e os machos castrados.

Situações possíveis de desencadear este comportamento incluem:

- Passar por cima, debruçar-se sobre ou pegar no cão ao colo
- Rolar o cão sobre as costas
- Empurrar o cão da cama, do sofá ou da mobília
- Colocar e/ou retirar a trela e/ou o açaime
- Olhar fixamente para o cão
- Limpar as orelhas, dar banho ou cortar as unhas
- Perturbar o cão quando este está a dormir
- Mexer na sua comida
- Corrigir verbal ou fisicamente o cão
- Fazer festas, tocar e/ou abraçar o cão
- Brincar de maneira agressiva com o cão.
- Abusar da sua confiança, da sua dignidade como cão, brincar com ele como se fosse uma boneca!!!

Descrições características por parte dos donos de animais com agressividade por dominância de episódios de agressão são: “o cão atacou de forma repentina e sem qualquer provocação”, ele apresentava um olhar esquisito ou esgazeado” e “parecia que não sabia o que estava a fazer”. Também referem que o cão se torna amigável e tenta “fazer as pazes” imediatamente após o ataque agressivo, o que suporta a constatação de que grande parte destes cães são amistosos entre situações de confronto, podendo a agressão por dominância ser muitas vezes uma manifestação de ansiedade subjacente, sendo o comportamento agressivo usado como uma constante procura de atenção.
Como toda a terapia comportamental, o trata-mento deste tipo de agressividade é algo complicado e exige um comprometimento sério por parte dos donos durante todas a fases do mesmo. Para além disso, os donos devem ser instruídos para o facto de não existir nenhuma garantia de que o comportamento agressivo seja completamente eliminado. Uma melhoria significa que o número de acontecimentos agressivos activos e passivos diminuiu, que estes são menos intensos, são mais fáceis de interromper e que as mudanças estão associadas a um aumento no comportamento amistoso do animal. Recaídas são comuns nos casos em que os proprietários acreditam que após uma terapia de sucesso os seus animais estão curados, pois estes necessitam de ser relembrados do seu local na hierarquia.
O programa de modificação comportamental consiste em encorajar o cão a deferir em relação aos donos, fazendo com que todos os comportamentos indesejáveis não sejam recompensados e envolvendo recompensa espontânea sempre que o cão exibe um comportamento correcto. Tem como base o treino de obediência básico que qualquer cão, independentemente do seu tamanho, idade ou raça, devia saber executar quando lhe fosse ordenado por qualquer membro da família. Assim são dados comandos como “senta” ou “fica” durante alguns segundos e sempre que o cão obedecer deve ser elogiado e recompensado com festas, comida, etc. Sempre que o cão realiza estas acções elas são o equivalente na linguagem canina a dizer “por favor” e nesta fase o cão está pronto para se lhe ensinar a deferência.
O treino de obediência deve ser repetido regularmente uma ou duas vezes ao dia, em sessões de 5 a 10 minutos que deverão ser alegres e descontraídas e executadas por todos os membros da família (com monitorização das crianças por um adulto).
Paralelamente e nas duas a três primeiras semanas de terapia, todas as formas gratuitas de atenção para com o cão, incluindo as expressões de afecto do dia-a-dia e a brincadeira, devem ser retiradas por parte de todos os membros da família e este deve ser ignorado passando a família a funcionar como se o cão não existisse, excepto nos cuidados básicos como a alimentação e a higiene diária. Tudo isto funciona como uma espécie de corte com o passado, servindo para mostrar ao animal que algo está errado na forma de se relacionar com as pessoas da casa e que tudo aquilo que ele toma como garantido e que ele acha que os donos são obrigados a dar-lhe, não o é.
Posteriormente, a atenção pode ser gradualmente introduzida, mas o cão tem que deferir em todas as interacções, isto quer dizer que ele tem de realizar uma postura de obediência para obter comida, festas, passeios, a colocação da trela, a higiene corporal, a brincadeira, ou seja, em tudo. Para isso são utilizadas as mesmas manobras de obediência e se o cão não obedecer à primeira série de comandos, estes devem ser repetidos novamente. Se o cão ainda se recusar a sentar ou a ficar, a pessoa deve abandonar o local onde se encontra; normalmente estes cães estão tão desesperados por atenção e interacção que irão seguir a pessoa, devendo então toda a sequência anterior ser repetida até o cão ser obediente.
Os donos devem evitar todas as circunstâncias que sabem que vão precipitar a agressão, pois sempre que um animal executa um comportamento incorrecto ele aprende com ele e a tendência natural dos proprietários face a uma situação de confronto com um cão é recuar face a um ataque, o que o animal associa a mais uma vitória na sua demonstração de dominância. Para que o comportamento do cão melhore é assim imprescindível que este não seja “provocado”, a menos que o proprietário tenha a certeza que vai vencer o confronto. Isto não implica o uso de atitudes violentas, mas por exemplo, a utilização de meios de contenção como o açaime, a trela ou o colar isabelino. Outra forma igualmente errada dos donos lidarem com os animais agressivos ocorre quando os tentam acalmar através da oferta de guloseimas ou de festas e carinhos, dizendo-lhes que “está tudo bem” pois assim estão a contribuir para a recompensa do comportamento errado.
Em todos os casos de agressividade por dominância toda esta terapia deve ser supervisionada pelo médico veterinário assistente, particularmente naqueles em que existe uma história de ansiedade subjacente ou mais do que um problema comportamental, nos quais é necessária uma terapia adjuvante com medicação ansiolítica. Também poderá ser necessária uma consulta médico-veterinária com o objectivo de ponderar a realização da castração. Esta cirurgia é particularmente benéfica em machos.

QUERIDOS DONOS, AMEM-NOS, BRINQUEM, MAS RESPEITEM OS NOSSOS LIMITES...TB TEMOS DIGNIDADE!!  

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